sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quem nunca ouviu: "Deus me revelou..."?

Revelação

"Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João..." (RA, Apocalipse 1:1)
Creio uma das maiores dificuldades para compreendermos melhor a Bíblia Sagrada, bem como Sua autoridade, advém do fato de não compreendermos bem a diferença entre REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO. Nesta e em próximas postagens, tentarei descrever de maneira simples e concisa estes conceitos.

Começaremos pela Revelação. O que é revelação? Quais os tipos de Revelação dadas por Deus? Eu já recebi uma "revelação de Deus"? Vamos tentar responder algumas destas perguntas.


O que é Revelação?

O substantivo "revelação" e o verbo "revelar" são usados tanto em linguagem teológica quanto secular. O significado básico do verbo, que deriva do latim revelare, é retirar o véu, descobrir algo que estava escondido. Significa, portanto, fazer conhecido o que era secreto ou ignorado. O substantivo pode se referir à ação de revelar, mas também ao seu efeito. Em linguagem comum, empregam-se muitas outras palavras para comunicar a mesma ideia, tais como "contar", "tornar conhecido", "patentear", "trazer à luz".
Segundo o dicionário Aurélio, revelar significa: descobrir, tornar conhecido, desvendar.
"Revelação é, pois, tornar conhecido o que estava oculto." [REIS, 2007]
Podemos estudar a Revelação em três fatores: 1) o Revelador: Deus; 2) os instrumentos de revelação: (estudaremos detalhadamente mais adiante) e 3) o receptor. A revelação pode ser considerada como uma linha de comunicação entre Deus e o homem. Por meio dela, Deus achou por bem nos revelar algo a Seu respeito, caráter e atividades; Deus deseja ser conhecido, ou seja, o que sabemos sobre Deus depende única e exclusivamente da iniciativa dEle e não do homem. Por mais que o homem pesquise sobre Deus, jamais alcançaremos a totalidade do conhecimento divino. Devemos, como receptores da revelação, nos concentrar naquilo que Deus revelou e as que são ocultas deixar com Ele (Dt 29:29). Ao falar conosco, Deus transmite informações, verdades e doutrinas.

Quando os escritores bíblicos anunciam a "Palavra do Senhor", eles não estão simplesmente comunicando reflexões pessoais do fenômeno da revelação que eles experimentaram, mas sim o que Deus lhes revelou. A revelação tem como objetivo a comunhão de Deus com o homem e a consequente salvação deste, do poder do mal. Por esta razão, a revelação que Deus faz exige uma resposta de fé e obediência por parte do receptor humano. As manifestações de Deus sempre são feitas no contexto de uma exigência que pede confiança e obediência àquilo que é revelado.

É possível sintetizar a essência da revelação divina afirmando-se que Deus Se revela em palavras e ações, através de muitos e diferentes canais, embora mais plenamente na pessoa de Jesus Cristo.

Podemos dividi-las em Revelação Geral e Revelação Específica (sobre esta estudaremos em um próximo post).

Revelação Geral

É chamada de geral porque foi feita para todos os homens em todas as épocas e lugares. Também é chamada de revelação natural, pode ser alcançada pelo homem por sua própria força pois nela a existência de Deus é estabelecida sem apelo à fé. É o testemunho de Si mesmo que Deus faz a todos os homens através da Criação, da história e da consciência do homem. Mediante a revelação geral o homem torna-se conhecedor de que há um Deus, o que é poderoso.

Vejamos agora algumas modalidades da revelação geral:

A Natureza

Deus Se revela a todos os homens, em todas as épocas e em todos os lugares, por meio das coisas que criou. "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder como também a Sua própria divindade claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis" (Rm 1:20). Poderia aqui explorar diversos fatores na natureza que apontam para um Deus criador, basta olharmos os detalhes dos animais, do universo e o próprio corpo humano, mas não vou me demorar neste tema nesta postagem. Contudo, embora a natureza seja suficiente para revelar a existência de Deus, bem como Seu poder e Sua sabedoria, ela "falha na apresentação clara de Sua pessoa, da Sua identidade e, acima de tudo, do Seu amor redentor e do propósito que tem para conosco."

A Consciência

Deus também Se revela ao homem através da consciência. O que é consciência? É o senso de certo e errado; idéias e sentimentos que dizem a uma pessoa quando está agindo certo, e a advertem acerca do que é errado. Os psicólogos e antropólogos afirmam que a crença em um Ser supremo que dirige os destinos dos homens é universal. Até aonde pode ir a pesquisa, rebuscando as origens do homem e das civilizações, sempre encontramos indícios de culto religioso.Todos os homens, mesmo aqueles que têm vivido isolados e possuem os hábitos mais primitivos, possuem tanto uma impressão da existência de um Ser Supremo - não importa o nome que lhe deem - como alguma noção do que é certo ou errado. "Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se" (Rm 2:14-15). Quando Deus criou o homem, Ele escreveu a Sua vontade, a Sua lei, no entendimento, na consciência do homem. Contudo, devemos notar que a revelação que Deus faz de Si por meio da consciência humana é apenas parcial: a de que há um ser superior que dirige os destinos do universo; e algo (uma noção) do que é certo ou errado.

A História

Deus revelou-Se ainda através de Sua ativa e poderosa participação nos acontecimentos que fizeram a história. Os relatos proféticos e históricos da Bíblia sempre retratam Deus como dirigindo os negócios das nações e julgando-as e a seus governantes (Gn 6:6,7; 11:7-9; 18:16-19:25; Jr 18:7-11; Am 1:3-2:16). Por meio destes acontecimentos Deus Se dirige pessoalmente ao homem. Em realidade, a história das nações que, uma após outra, têm ocupado seus destinados tempos e lugares fala a nós pois, Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito. Deste modo, ao observar as intervenções de Deus na vida temporal, através de todo o curso da história, o homem pode perceber algo a seu respeito.

Conclusão

Deus Se revelou à humanidade, primeiro através de uma revelação geral: natureza, consciência e história. Entretanto, esta revelação geral é incompleta - pois não revela tudo o que o homem pode e deve saber sobre Deus - e imperfeita, por causa do pecado que a deturpa. É, porém, suficiente para mostrar ao homem que há um Ser Supremo, que é poderoso e Se interessa pelos homens.

Em nosso próximo post, veremos um outro tipo de revelação: a Revelação Especial, que visa preencher algumas lacunas e responder algumas perguntas que a Revelação Geral não satisfaz.

Que Deus te abençoe!!



Referências Bibliográficas

  • Millard J. Erickson, Introdução à Teologia Sistemática.
  • Emilson Reis, Introdução Geral à Bíblia, (São Paulo: Gráfica Nogueirense, 2007).
  • Tratado de Teologia: Adventista do Sétimo Dia (Tatuí - SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011).

domingo, 4 de agosto de 2013

Satanás, nosso co-redentor?

Jesus é o nosso único e suficiente Salvador


Para nós adventistas, a única maneira de o homem se livrar da condenação do pecado é aceitando, PELA FÉ, o sacrifício expiatório de Jesus realizado em benefício da raça humana. Na cruz, Ele pagou o preço que o homem deveria pagar (1 Coríntios 15:1-3), e nos concedeu Sua justiça como um manto que nos reveste contra a penalidade eterna (Zc 3:1-5; Jo 3:18; 5:24).

Não há qualquer outro ser que possa assumir o papel de nosso Salvador, Mediador e Advogado junto ao Pai (2 Tm 1:10; 1 Tm 2:5; Fp 3:20; 1 Jo 4:14; 1 Jo 2:1). Ninguém mais possui tais prerrogativas como Salvador da raça humana, pois somente Jesus Cristo demonstrou uma vida livre do pecado, e concede ao pecador arrependido a justiça que por direito é Sua, mas que Ele doa gratuitamente a nós por meio unicamente da fé (2 Co 5:21; Ef 2:8).


Satanás não tem parte no plano de salvação como nosso co-redentor

Os Adventistas são frequentemente criticados, através de publicações preconceituosas e destituídas de embasamento bíblico, de fazerem de satanás um "co-redentor", juntamente com Cristo, devido à interpretação que damos à figura do bode emissário, utilizado no serviço do santuário de Israel, no Dia da Expiação. Entretanto, um estudo coerente e livre de preconceitos mostrará que a Igreja Adventista também está correta em sua interpretação acerca desse bode, chamado de AZAZEL.

A tradução "bode emissário", do hebraico azazel, provém da Vulgata, com a expressão "caper emissarius", "bode a ser mandado embora" (Lv 16:8). 

Em Levítico 16:1-34 traz a descrição dos eventos que ocorriam no Dia da Expiação, que era o encerramento do calendário judaico, e a ocasião na qual se realizava uma "purificação" do santuário (v. 19).

"Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto." (Lv 16:5).  O verso 5 declara que os dois bodes seriam tomados para servirem de oferta pelo pecado; 

"Também tomará ambos os bodes e os porá perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. Lançará sortes sobre os dois bodes: uma, para o SENHOR, e a outra, para o bode emissário. Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte para o SENHOR e o oferecerá por oferta pelo pecado." (Lv 16:7-9). Porém os versos 7-9 mostram que era feito um sorteio para saber qual bode realmente seria utilizado no serviço de expiação. O verso 5 diz que os dois eram, inicialmente, tomados como oferta pelo pecado (heb. CHATTAH), porque ainda não havia sido realizado o sorteio; por isso, a princípio, os dois eram apresentados como podendo ser o animal da oferta pelo pecado.


"Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte para o SENHOR e o oferecerá por oferta pelo pecado. Mas o bode sobre que cair a sorte para bode emissário será apresentado vivo perante o SENHOR, para fazer expiação por meio dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário." (Lv 16:9-10).  Os versos 9-10 descrevem claramente que havia uma visível diferença na participação dos dois bodes, pois apenas um era oferecido como oferta, enquanto que o outro (chamado em hebraico de azazel) deveria ser levado ao deserto, para morrer por lá, sem ter seu sangue derramado no serviço do Dia da Expiação, no santuário. O livro de Levítico esclarece que apenas pelo sangue se poderia fazer a expiação pelos pecados (Lv 17:10-12), por isso não se pode afirmar, com base bíblica, que o bode azazel também seria um tipo de Cristo, pois o seu sangue não era derramado: "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão." (Hb 9:22).

"Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar, então, fará chegar o bode vivo." (Lv 16:20). O santuário era inteiramente purificado pelo sangue do bode do Senhor antes que o bode emissário fosse introduzido no ritual. Desta forma, somente após ter "acabado" (heb. KALAH) o serviço da expiação pelos pecados, é que o bode vivo deveria ser trazido; ou seja, é evidente que ele não participava em nenhum momento da cerimônia de expiação, pois sua participação ocorria somente após a purificação estar concluída.

O bode emissário é tratado como um ser pessoal que é o oposto, e se opõe, a Deus (Lv 16:8 diz, literalmente: "Um para o SENHOR, o outro para Azazel"). Portanto, na compreensão da parábola do santuário, é mais coerente ver o bode do SENHOR como símbolo de Cristo e o bode emissário - Azazel - como símbolo de Satanás.

Portanto, não é correto dizer que os Adventista fazem de satanás um co-participante no plano de redenção, tomando-se como base para tão absurda declaração o nosso ensinamento sobre a figura de azazel, pois a Bíblia é bastante clara em afirmar que Satanás certamente levará sobre seus ombros o peso de ter sido o mentor da destruição da raça humana, através do pecado (Ap 20:1-10; 12:9-12; Lc 13:16; At 5:3, etc). Dos dois bodes, como vimos, apenas um tinha parte no plano da redenção esboçado no serviço do santuário, e este era aquele que derramava seu sangue, prefigurando ao sacrifício de Jesus na cruz do calvário.


Referências Bibliográficas


NISTO CREMOS, As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 8 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008.

MEDEIROS, G. 101 Razões porque sou Adventista do Sétimo Dia. 1 ed. João Pessoa: Mercado, 2006

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quem é mais forte, quem come tudo ou o vegetariano?

QUEM É MAIS FORTE, QUEM COME TUDO OU O VEGETARIANO?

“Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes”. (RA, Rm 14:2)

Contexto Histórico


Uma das cláusulas sobre alimentação do Concílio de Jerusalém ordenava a abstenção de carne de animais previamente oferecidos em sacrifício a ídolos. Esta questão foi levantada num ambiente rodeado de paganismo; Paulo tratara disso com alguns pormenores em sua correspondência com a igreja de Corinto (1 Co 8:1-13, 10:19-33). Comprar carne de açougue em cidades pagãs como Corinto e Roma representava um problema de consciência para alguns cristãos. Grande parte da carne exposta para venda no mercado provinha de animais anteriormente sacrificados a alguma divindade pagã.

A carta escrita aos Romanos foi escrita num período de menos de um ano da carta escrita aos Coríntios, ou seja, comparando-se os textos, chega-se à conclusão que Romanos 14 trata do mesmo assunto de I Coríntios 8, ou seja, “carnes sacrificadas aos ídolos…” (I Cor.8:1).

Aplicação

O fraco, ou de consciência fraca, mencionado por Paulo consiste na falta de conhecimento visto que alguns cristãos abstiam-se inteiramente de alimentos cárneos, o que significa que o seu alimento era restrito a vegetais “come só legumes” (Rom.14:2). Para o entendimento destas pessoas, os alimentos cárneos oferecidos aos ídolos não deveriam servir de alimento ao crente, no entanto Paulo repreendeu tal entendimento como imaturo: “Quanto, pois, ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só…”(I Cor.8:4).

Não é por comer ou deixar de comer algo que nos recomendamos à Deus. Seguir as leis dietéticas não pode se transformar num meio de salvação. Em Romanos 14:17 diz: “porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.”, e o mesmo entendimento se encontra em I Coríntios 8:8 “Não é, porém, a comida que nos há de recomendar a Deus; pois não somos piores se não comermos, nem melhores se comermos.”

Aquele que desfruta maior liberdade não deve menosprezar o outro o julgando espiritualmente imaturo.

Conclusões


1. Paulo em sua carta aos Romanos no capítulo 14 está falando a respeito de comer ou não carnes sacrificadas a ídolos. Ele não está diminuindo a importância do cuidado com a saúde, nem abolindo as leis de saúde dadas por Deus ao seu povo no Antigo Testamento (Dan. 1:8, 12-17).

2. Assim como os Corintos, os da igreja de Roma estavam com medo de comer carnes que tivessem sido sacrificadas em templos pagãos. Algumas pessoas tinham tanto receio que elas só comiam “legumes”. Assim sendo, em Romanos 14:2, Paulo está dizendo: “o débil tem tanto medo de comer carnes que possam ter sido sacrificadas a ídolos que chega a comer só legumes”.

3. Toda igreja tem cristãos mais fortes e mais fracos. Os mais fortes compreendem e praticam as verdades espirituais, mas os mais fracos ainda não alcançaram esse mesmo nível de maturidade e liberdade. Os mais fracos não devem condenar os mais fortes e dizer que estes não são espirituais. Os mais fortes não devem desprezar os mais fracos e dizer que estes são imaturos. Deus acolheu tanto os fracos quanto os fortes e, portanto, devem acolher uns aos outros.

4. Usando as palavras de Agostinho: “Nas coisas essenciais, união; nas coisas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas, caridade”.



Referências Bibliográficas

BRUCE, F. F. Romanos: Introdução e Comentário. 3 ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2005
WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento Volume I. 1 ed. São Paulo: Central Gospel, 2010. 
VELOSO, M. Comentário Bíblico Homilético: Romanos – Contando o Significado do Evangelho. 1 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011.

sábado, 11 de maio de 2013

A Origem da Escrita

Pretendo iniciar aqui uma série de estudos sobre como a Bíblia foi escrita e chegou até nós, baseado em alguns artigos e livros que tenho estudado nas aulas de Teologia. Espero poder contribuir com um pouco mais de conhecimento para a sua vida e principalmente, com o trabalho de Deus em ajudar a quem quiser, a compreender um pouco mais sobre a Palavra de Deus.

Diante disto, gostaria de começar falando brevemente sobre:


A ORIGEM DA ESCRITA

Os primeiros homens não sabiam escrever e isso nem era necessário, uma vez que viviam muito e eram dotados de grande capacidade mental, de forma que conseguiam passar suas informações de forma oral por várias gerações. Contudo, devido à diminuição do tempo de vida e da queda acentuada de suas capacidades intelectuais, surgiu a necessidade de realizarem registros que fossem preservados para sua posteridade.

Os autores geralmente dividem em três fases distintas evolução da escrita:

1ª Fase - Pictogrâmica: consistia em figuras que representavam objetos. Desta forma, o desenho de uma mão representava uma mão mesmo, o de uma flecha, uma flecha, entre outros.
Escrita Pictogrâmica


2ª Fase - Ideogrâmica: com o tempo as figuras passaram a representar ideias. O desenho de uma mão representava a ideia de agarrar e a figura de uma flecha, a ideia de caçar.
Escrita Ideogrâmica


3ª Fase - Fonogrâmica: fase em que os traçados representavam sons ou fonemas.
Escrita Fonogrâmica


A escrita mais antiga que se conhece é a da Suméria. Possui cerca de 5500 anos e fazia uso de quase 20000 sinais. Os povos que mais se destacaram no desenvolvimento da escrita foram os egípcios e os babilônicos.

Hieróglifos

Pedra Roseta
No Egito há milhares e milhares de desenhos e pinturas espalhados em documentos, objetos de cerâmica e nas paredes e muros de palácios, templos, pirâmides e outras antigas construções. Até por volta de 1800 ninguém sabia o que eles significavam.
Em 1799, quando o exército de Napoleão invadiu o Egito, descobriram uma pedra de granito preto que media 115 x 66 x 28 cm. Como o local onde se encontrava chamava-se Roseta, ela ficou conhecida como Pedra Roseta. Em uma de suas faces, que fora polida, encontravam-se três tipos de escrita. A parte superior da pedra estava escrita em hieróglifo, a parte central em demótico, e a parte inferior em grego.


Hieróglifo




O que estava escrito em grego foi lido sem dificuldade. Anos mais tarde conseguiram decifrar o demótico, que era a escrita egípcia da época em que foi erigida a pedra. Em 1818, o francês Jean Francois Champollion, conseguiu não apenas decifra-la, como também preparar uma gramática e um dicionário egípcio. A partir daí, pode-se ler os hieróglifos e conhecer a milenar história do Egito. Inclusive, há registros egípcios que são milhares de anos mais antigos que a própria Bíblia e que a literatura do Egito confirma muitas informações históricas relatadas no Antigo Testamento.

A Escrita Cuneiforme

Escrita Cuneiforme
Escavações realizadas na Mesopotâmia encontraram milhares de documentos contendo inscrições na forma de cunha, especialmente em pedras e em cilindros e tijolos de barro, que nenhum sábio, apesar de todos os esforços, conseguia entender.
Em 1835, Henry C. Rawlinson,  descobriu na Pérsia, um monte cuja uma face fora burilada e recebera uma serie de inscrições.
A escrita era toda em cuneiforme mas em três línguas diferentes: persa, susiana e babilônica. Depois de dez anos conseguiu traduzir o cuneiforme persa, o mais moderno dos três. A escrita contava a história da revolta das cidades de Susiana e Babilônia contra o domínio persa e como o rei Dario I conseguira sufocá-la com seu exército e depois mandou escrever aquele episódio naquele monte em 515 a.C. Então se iniciou o processo de tradução. Assim, foi decifrado o cuneiforme de Susiana e, por último, o mais difícil e importante, o cuneiforme babilônico.

Desta forma, a história de grandes impérios, suas conquista, seus costumes, seu estilo de vida, puderam ser conhecidos, o que também muito contribuiu para melhor entendermos os relatos do Antigo Testamento.

O Alfabeto 

O grande avanço da escrita ocorreu com a criação do Alfabeto. Em 1904 e 1905 o arqueólogo Flinders Petrie realizou escavações na Península do Sinai e ali encontrou uma escrita diferente, que mais tarde foi identificada como sendo alfabética e passou a ser conhecida como cananita, proto-sinaítica ou proto-fenícia. Foi datada como bem anterior ao tempo dos fenícios, e sendo dos dias de Moisés ou um pouco antes. Isso nos leva à conclusão que os fenícios não inventaram o alfabeto como se supunha, eles apenas o aperfeiçoaram, de modo que tornou-se "o mais perfeito e mais difundido alfabeto antigo". Contendo cerca de vinte e dois sinais, "que permitiam escrever qualquer palavra, a sua simplicidade foi a chave da sua rápida expansão".

Proto-cananeu pictográfico
Embora Moisés fosse versado na escrita egípcia, a dos hieróglifos, aprendeu em Midiã a escrita bem mais simples, alfabética, e foi nela que escreveu os primeiros livros bíblicos. Foi nela também que todos os demais homens escolhidos por Deus escreveram a Sua palavra para que esta alcançasse até a última geração com a mensagem de salvação.


Em meu próximo post, estarei abordando sobre os Escritos Antigos.
Até breve.


Referências Bibliográficas

  • Emilson Reis, Introdução Geral à Bíblia, (São Paulo: Gráfica Nogueirense, 2007).
  • Pedro Apolinário, História do texto bíblico - crítica textual (São Paulo: SALT, 1985).
  • A. R. Crabtree, Arqueologia bíblica (Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1958).


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Hora da faxina!

Fazendo minha leitura do Reavivados Por Sua Palavra, pude contemplar algumas maravilhosas lições que Deus a cada dia desejar nos prover mediante o estudo em espírito de oração de Sua palavra.

Em 2 Crônicas 15, é possível notar que por vezes nossas escolhas nos afastam dos princípios de Deus, nos levando a pecar abertamente contra nosso próximo e por conseguinte contra Deus.
À semelhança de Israel, por vezes passamos horas, dias, semanas, meses e até anos sem Deus, sem obedecer aos Seus mandamentos.

Deus promete que mesmo que tenhamos nos afastado dEle, se nos voltarmos para Ele em nossa angústia Ele se deixará ser encontrado (verso 4).
O rei Asa, ao ouvir do sacerdote Azarias estas palavras de esperança seu coração transbordou de alegria e realizou uma verdadeira reforma no reino de Judá.

As palavras que ele ouviu renovaram sua confiança na bondade e misericórdia de Deus e isto motivou a remover de Judá tudo aquilo que não estava em conformidade com a vontade de Deus. Sua determinação em cumprir a vontade de Deus era tamanha que ele repreendeu até mesmo sua avó Maaca por ter construído um poste-ídolo (verso 16).

Me pergunto às vezes (e porquê não dizer sempre) o que me falta para ter esta mesma disposição do rei Asa? Acredito que talvez você já se confrontou com esta mesma situação. Deus falou ao seu coração, você compreendeu, mas não teve forças para reagir. E porquê?

Quem save falte a você e a mim fazer a mesma coisa que o povo de Judá e Benjamin fizeram: Clamar a Deus em alta voz, ao som de trombetas, com todo o coração (verso 14 e 15) e com certeza obteremos a mesma resposta que eles obtiveram de Deus: "E todo o Judá se alegrou deste juramento; porque de todo o seu coração juraram, e de toda a sua vontade o buscaram, e o acharam; e o SENHOR lhes deu repouso ao redor" (2 Crônicas 15:15).

Lembro-me de um verso semelhante a este que me deu forças e coragem para seguir os caminhos de Deus, na verdade foi o primeiro sermão que ouvi quando novamente coloquei os pés na igreja. Este verso diz o seguinte: "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar" (Isaías 55:7). Este é o nosso Deus! Aleluia!

Querido amigo ou amiga, nosso desejo maior deve ser o mesmo de Asa: que o nosso coração seja totalmente dedicado ao SENHOR por toda nossa vida. A atitude que o rei Asa teve em buscar a Deus motivou a todo o povo a fazer o mesmo. Quem sabe quantas pessoas estão esperando a sua mudança de atitude para também abandonarem seus maus caminhos e se voltarem para Deus?
Oro para que este seja o desejo mais profundo de nossos corações.


"SENHOR, conceda-nos um novo coração!"

Leia a Bíblia!
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