Diante disto, gostaria de começar falando brevemente sobre:
A ORIGEM DA ESCRITA
Os primeiros homens não sabiam escrever e isso nem era necessário, uma vez que viviam muito e eram dotados de grande capacidade mental, de forma que conseguiam passar suas informações de forma oral por várias gerações. Contudo, devido à diminuição do tempo de vida e da queda acentuada de suas capacidades intelectuais, surgiu a necessidade de realizarem registros que fossem preservados para sua posteridade.Os autores geralmente dividem em três fases distintas evolução da escrita:
A escrita mais antiga que se conhece é a da Suméria. Possui cerca de 5500 anos e fazia uso de quase 20000 sinais. Os povos que mais se destacaram no desenvolvimento da escrita foram os egípcios e os babilônicos.
Hieróglifos
Pedra Roseta |
Em 1799, quando o exército de Napoleão invadiu o Egito, descobriram uma pedra de granito preto que media 115 x 66 x 28 cm. Como o local onde se encontrava chamava-se Roseta, ela ficou conhecida como Pedra Roseta. Em uma de suas faces, que fora polida, encontravam-se três tipos de escrita. A parte superior da pedra estava escrita em hieróglifo, a parte central em demótico, e a parte inferior em grego.
Hieróglifo |
O que estava escrito em grego foi lido sem dificuldade. Anos mais tarde conseguiram decifrar o demótico, que era a escrita egípcia da época em que foi erigida a pedra. Em 1818, o francês Jean Francois Champollion, conseguiu não apenas decifra-la, como também preparar uma gramática e um dicionário egípcio. A partir daí, pode-se ler os hieróglifos e conhecer a milenar história do Egito. Inclusive, há registros egípcios que são milhares de anos mais antigos que a própria Bíblia e que a literatura do Egito confirma muitas informações históricas relatadas no Antigo Testamento.
A Escrita Cuneiforme
Escrita Cuneiforme |
Em 1835, Henry C. Rawlinson, descobriu na Pérsia, um monte cuja uma face fora burilada e recebera uma serie de inscrições.
A escrita era toda em cuneiforme mas em três línguas diferentes: persa, susiana e babilônica. Depois de dez anos conseguiu traduzir o cuneiforme persa, o mais moderno dos três. A escrita contava a história da revolta das cidades de Susiana e Babilônia contra o domínio persa e como o rei Dario I conseguira sufocá-la com seu exército e depois mandou escrever aquele episódio naquele monte em 515 a.C. Então se iniciou o processo de tradução. Assim, foi decifrado o cuneiforme de Susiana e, por último, o mais difícil e importante, o cuneiforme babilônico.
Desta forma, a história de grandes impérios, suas conquista, seus costumes, seu estilo de vida, puderam ser conhecidos, o que também muito contribuiu para melhor entendermos os relatos do Antigo Testamento.
O Alfabeto
O grande avanço da escrita ocorreu com a criação do Alfabeto. Em 1904 e 1905 o arqueólogo Flinders Petrie realizou escavações na Península do Sinai e ali encontrou uma escrita diferente, que mais tarde foi identificada como sendo alfabética e passou a ser conhecida como cananita, proto-sinaítica ou proto-fenícia. Foi datada como bem anterior ao tempo dos fenícios, e sendo dos dias de Moisés ou um pouco antes. Isso nos leva à conclusão que os fenícios não inventaram o alfabeto como se supunha, eles apenas o aperfeiçoaram, de modo que tornou-se "o mais perfeito e mais difundido alfabeto antigo". Contendo cerca de vinte e dois sinais, "que permitiam escrever qualquer palavra, a sua simplicidade foi a chave da sua rápida expansão".
Proto-cananeu pictográfico |
Em meu próximo post, estarei abordando sobre os Escritos Antigos.
Até breve.
Referências Bibliográficas
- Emilson Reis, Introdução Geral à Bíblia, (São Paulo: Gráfica Nogueirense, 2007).
- Pedro Apolinário, História do texto bíblico - crítica textual (São Paulo: SALT, 1985).
- A. R. Crabtree, Arqueologia bíblica (Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1958).
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