O
assunto sobre dízimo e ofertas é sempre alvo de discussões e embates sobre
nossa verdadeira motivação do nosso coração ao devolvermos a Deus o que Ele nos
pede. Baseado no estudo dos textos bíblicos apresentados pelo autor, vemos
claramente que para Deus a fidelidade de Seu povo é de alta importância para
Ele, e que esta fidelidade não seria avaliada somente pela devolução de dízimos
e ofertas, mas principalmente em uma vida de completa obediência ao seu
concerto de “serviço a Deus” e de “guardar seus preceitos e mandamentos”
conforme observamos nos livros de Malaquias e Deuteronômio e que, portanto as
bênçãos ou maldições seriam decorrentes às suas atitudes para com os reclamos
de Deus. A Teologia da Prosperidade distorce amplamente o caráter imparcial de
Deus uma vez que o apresenta como deus nepotista que só abençoa aqueles que
agem segundo sua vontade contrariando em muito os escritos bíblicos de que Deus
“faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt
5:45). Também apresenta um deus mais interessado nos recursos financeiros dos
seus adoradores, do que o desejo que eles tenham uma vida de santidade vivendo
“de toda palavra que sai da boca de Deus”. Outra contradição é com relação ao
grande conflito, onde a Teologia da Prosperidade sugere que “se você aceitar a
Cristo, todos os seus problemas vão acabar!”, ou seja, uma espécie de
“exorcismo” da doença e principalmente da pobreza material, sugerindo uma
espécie de evangelho sem cruz. Cristo não nos prometeu uma vida sem problemas e
dificuldades, mas prometeu estar conosco em meio a cada um deles. A Teologia da
Prosperidade distorce a essência dos ensinos de Cristo, quando pretende levar
os seus ouvintes à uma vida altruísta por meio de sacrifícios financeiros, mas
com uma motivação egoísta, levando-os a crer que quanto mais eles derem, maior
retorno financeiro eles receberão, ou seja, uma espécie de aplicação financeira
que renderá “bons juros”. Os ensinos de Cristo enfatizam amplamente nas
Escrituras, que é muito mais importante ser
do que ter, ideia esta contrária à
ênfase empregada pelos pregadores da Teologia da Prosperidade, que enfatizam
muito mais o ter do que ser. De forma geral, os ensinos da
Teologia da Prosperidade distorcem vastamente os ensinos bíblicos de como o
cristão deve se relacionar com os bens materiais.
A própria Bíblia nos
leva a acreditar que os ímpios é que realmente parecem ter uma vida livre de
problemas e provações, e que “todo aquele que desejar levar uma vida piedosa
será perseguido”. Não que posses nesta terra signifiquem que a pessoa é ímpia e
desobediente a Deus, pois encontramos na Bíblia exemplos de pessoas obedientes
a Deus que possuíam muitas posses, assim como Jó, Abraão, entre outros. O dízimo
e ofertas são portando apenas uma parte de uma vida de adoração, confiança e
reconhecimento do cuidado de Deus em sua vida. Seguir o conselho divino de
“ajuntar os tesouros no céu” é a verdadeira garantia de estar colocando nosso
coração no lugar certo, ou seja, na pátria celeste, que é a recompensa dos
justos (Sl 73:17).